sábado, 22 de dezembro de 2007

Visita inusitada

Hoje tive a grande surpresa de receber um filhote de galinha, tão bonitinho, tão amarelinho, tão angustiante. Ele pia. E pia sem razão. Sem razão para mim. Não entendo muito bem o seu código. Por isso me considero angustiante: não entendo o meu código.
Quantas palavras eu digo sem nenhuma razão? E quantos momentos eu passo sem deixar explicação? A vida talvez seja uma grande explicação por si só. Deve ser de difícil compreensão essa força maior que chamamos destino.
Sabe, talvez o amor seja um grande código universal. Ninguém resiste ao seu sorriso. Mas há por trás disso algo maior. Algo maior que eu, algo maior que meu coração, algo maior que minha mente.
A beleza dos fatos está na incerteza dos mesmos. A incerteza é um grande código de erros e acertos: código binário. E falho (?).
Talvez, enquanto eu observo esse pintinho e não o compreendo, ele me observa também, escuta-me e pia: viva, meu caro, viva sem se questionar.

Um comentário:

Anônimo disse...

quando eu tava na primeira série, ganhei de dia das crianças, da professora, um pintinho. amarelinho, pequeninho. voltei pra casa na perua escolar com o maior cuidado, todas as crianças queria pegar nele.
coloquei ele no quartinho nos fundos da casa da minha vó. quando meu vô chegou do trabalho, no final da tarde, o pintinho ficou andando apressado atrás dele e então... os passos largos do meu vô acertaram meu pintinho. e eu assisti a essa cena trágica, o coraçãozinho dele ainda aos pulos, só que do lado de fora.
foi um dia muito triste na minha vida.
mas se ele vivesse, eu o comeria? cuidaria de um galo?
não, queria ele amarelinho pra sempre.
talvez tenha sido melhor assim.
incerto e, proque não, de alguma fora, belo.