domingo, 9 de setembro de 2007

Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo.

Acreditem: ser eu é muito chato. Já foi menos, confesso. Confesso que já se foi o tempo de ser feliz. Ou pelo menos fingir ser. Ser é verbo intransitivo. E eu sou. Simplesmente sou. Não devo explicar o que sou de fato, nem tampouco o que não sou.Seria uma forma de me esconder na poética das palavras? Talvez. Talvez tudo é uma ilusão. Eu sou uma ilusão. Oh, sim. Uma ilusão de matéria. Uma ilusão de idéias. Idéias, idéias, mentiras. Mentiras que crio. Idealizo. Mentiras, mentiras e... verdades. Verdades que transformo em mentiras. Pois que agora noto que mentir é interessante. Criar todo um universo de farsas, e transformá-las nos mais sagrados autos. Meu nascimento deve ter sido assim: um auto pictórico, um quadro de Frida Kahlo. Às três da tarde daquela tarde de sexta-feira, o sol se escondeu atrás daqueles montes no horizonte, formando sombras. E estava nascendo um novo líder. Um líder sem bandeira. Um líder sem ideais. Só mentiras. E suas cores... Encontrei-as em uma presença sombria. O desconhecido sempre me atraiu. Juro-te que quando fez-se luz, as cores fugiram. O inexplicável acontece comigo. Sou. Menti. Menti para você. Mas é a minha verdade: sou.