terça-feira, 6 de novembro de 2007

Agora?

Agora que senti o gosto do caos urbano... (Um gosto não amargo, não azedo, não doce, mas sim intríseco - assim como a matéria branca da barata.)
Agora que lembrei que o mundo de fora trancado aqui dentro do peito não me faz me aproximar da realidade - pois meu peito chora piegas....
Agora que lembrei que tudo volta...
Agora, agora.
Agora?
É, o instante-já já se foi.
Agora?
Agora a pouco.
Oh, existirá realidade?
Existirá imparcialidade no registro dos fatos?
(Se fotografo um instante, esse instante passa a ser eterno pela minha visão, não?)
E se minha visão não trabalhasse no agora?
Nem meu corpo?
Nem minha mente?
Nem meu peito e suas piegas?

Ah! Tranco esse mundo de fora aqui dentro.
(E assim me torno mais e mais egoísta, por não mais compartilhar visões).
(E hermético, para alguns).
(Mas é que aqui dentro, ah, aqui dentro é difícil encontrar algum lugar que se consiga denominar).
(Há o amor e há a dor, só).
(O de dentro é úmido).



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