quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

E o mundo não se acabou.

Tá certo. Fui preciptado em dizer isto. Até porque ainda não chegou o profético 21/12/2012. Perdão, me desculpe. Mas me entenda: tenho pressa por esse dia. Não, não pra tudo se acabar - longe de mim! Quero mais é ter a certeza de que nada acontecerá.
Sabe o porquê? Ano após ano, iniciamos tantas coisas boas! Seria, no mínimo, triste ver tudo aquilo que construímos juntos desabar, desmoronar ou ficar submerso. Você até pode me lembrar daquela velha canção que dizia que "o pra sempre sempre acaba". Não nego: as coisas nascem, crescem e morrem, porém, materialmente. Há entre as coisas um breu. Um breu para além da matéria. É a lembrança. Lembra-se da primeira onda batendo no corpo com a mesma intensidade com que as ondas de fato quebram no mar neste instante. Tudo o que se viveu está na terceira margem do rio. Sempre, sempre mesmo, fica um fio na lembrança, um gotejamento na alma. E há ainda quem profetize a contenção desta correnteza. Eu quero mais é deixar correr.
Se as geleiras vão derreter, que existam os escafandristas para resgatar as lembranças.
Se um meteoro nos atingir, que nele exista vida para revivê-las.
Se o chão se abrir em labaredas, que elas venham aquecê-las.
Que vivamos sempre no mais que no menos. Que vivamos mais e mais para se ter lembranças.
E o mundo, assim, não se acabará.

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