terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Paredes e porta (para os olhos e o coração)

Ah, se as paredes falassem! Ainda bem que são mudas porque há o cimento. Mas, bem que hoje eu gostaria que elas falassem... Narrassem a minha história de vida dentro desse apartamento. O dia em que, quando criança, entrei correndo: casa nova! casa nova! Os tombos que tomei, as paredes que rabisquei (e ainda rabisquei dias atrás!). Os dias em que gritei, quebrei, chorei. Os dias em que feliz as olhava, assim, bem besta... Dias e dias de descanso. (Lembra-se quando era tudo azul? Depois mudamos para o verde, era menos monótomo.) Dias e dias em claro, noites de sentinela adormecendo minha irmã. A porta que de madrugada eu abria com cuidado. Ah, paredes... por que não narram o que o sol as dizia todas as manhãs? Fico a imaginar: o que elas farão quando eu partir por aquela porta e nunca mais voltar?

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