Hoje tive a grande surpresa de receber um filhote de galinha, tão bonitinho, tão amarelinho, tão angustiante. Ele pia. E pia sem razão. Sem razão para mim. Não entendo muito bem o seu código. Por isso me considero angustiante: não entendo o meu código.
Quantas palavras eu digo sem nenhuma razão? E quantos momentos eu passo sem deixar explicação? A vida talvez seja uma grande explicação por si só. Deve ser de difícil compreensão essa força maior que chamamos destino.
Sabe, talvez o amor seja um grande código universal. Ninguém resiste ao seu sorriso. Mas há por trás disso algo maior. Algo maior que eu, algo maior que meu coração, algo maior que minha mente.
A beleza dos fatos está na incerteza dos mesmos. A incerteza é um grande código de erros e acertos: código binário. E falho (?).
Talvez, enquanto eu observo esse pintinho e não o compreendo, ele me observa também, escuta-me e pia: viva, meu caro, viva sem se questionar.
sábado, 22 de dezembro de 2007
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Desabafo para sei lá quem, sobre sei lá o quê.
Talvez todas essas provas me deixaram sentimental. Não sei. Realmente não sei explicar o meu estado. Se é de loucura ou de cansaço, ou de falta do que fazer.
É.Só isso.
Eu juro.
Juro, sei lá por que.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Hermetismo.
Meus sinais, meus códigos herméticos, minha vida misteriosa.
Tudo isso é uma tentativa de me esconder de mim mesmo?
Talvez.
Talvez.
Talvez.
Esse é o meu código.
(Sob que máscara retornarei?)
E minhas questões?
Ah.
Ah.
Ah.
Canso de vez em quando de mim mesmo.
Fato.
Fato.
Foto.
Sorriso estático, parado, falso.
Coração pulsando, verdadeiramente, vermelho.
Tum.
Tum.
Tum.
Tambores.
Viva a carne humana.
Cave a terra.
Cave.
Cav.
Ca.
C.
Ossos!
Ossos meus.
Apodrecidos.
Essa é a minha herança: uma flor murcha, uma lagarta seca, um solo infértil.
Murcha de suas mentiras.
Seca de suas verdades escaldantes.
Infértil de lhe ver.
Mundo perdido e encontrado dentro de mim.
Tudo isso é uma tentativa de me esconder de mim mesmo?
Talvez.
Talvez.
Talvez.
Esse é o meu código.
(Sob que máscara retornarei?)
E minhas questões?
Ah.
Ah.
Ah.
Canso de vez em quando de mim mesmo.
Fato.
Fato.
Foto.
Sorriso estático, parado, falso.
Coração pulsando, verdadeiramente, vermelho.
Tum.
Tum.
Tum.
Tambores.
Viva a carne humana.
Cave a terra.
Cave.
Cav.
Ca.
C.
Ossos!
Ossos meus.
Apodrecidos.
Essa é a minha herança: uma flor murcha, uma lagarta seca, um solo infértil.
Murcha de suas mentiras.
Seca de suas verdades escaldantes.
Infértil de lhe ver.
Mundo perdido e encontrado dentro de mim.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Essas paragens...
"Viver é um descuido prosseguido", já dizia Riobaldo em Grande Sertão: Veredas. E agora realmente descubro que a vida é feita de veredas, e veredas, e veredas. Se escolho qual rua tomar, não posso se não seguí-la. Se tomo a rua errada, bem... Se tomo a rua errada, prossigo. Prossigo pois sei que haverá outras ruas tão bem erradas, mas que podem ser certas. E assim é a vida.
Se ontem errei, do descuido deste meu erro surge o acerto. Se acerto ontem, da certeza deste pode surgir o meu grande erro: ter certeza. Não se ter certeza é viver. Só há uma única certeza: que se vive. Ser tão incerto.
"Vivendo , se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas."
(Anos de encantamento a Guimarães Rosa).
(Sertão : é dentro da gente.)
Se ontem errei, do descuido deste meu erro surge o acerto. Se acerto ontem, da certeza deste pode surgir o meu grande erro: ter certeza. Não se ter certeza é viver. Só há uma única certeza: que se vive. Ser tão incerto.
"Vivendo , se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas."
(Anos de encantamento a Guimarães Rosa).
(Sertão : é dentro da gente.)
domingo, 11 de novembro de 2007
Le noir.
A luz elétrica vai embora às 10 horas da noite em minha aldeia. Vai também o desejo dos meus olhos em persistirem abertos. Entro então na fabricação de frágeis lembranças: o contorno dos teus lábios, frases tuas de insuportável beleza, olhos abertos nesse breu.
Eu aguardo confessadamente.
Aguardo.
Quando as luzes se acenderem...
Eu aguardo confessadamente.
Aguardo.
Quando as luzes se acenderem...
sábado, 10 de novembro de 2007
Hidden place.
Now, I have been slightly shy but I can smell a pinch of hope to almost have allowed once fingers to stroke. The fingers I was given to touch with, but careful, careful.
(I'll keep it in a hidden place).
He's the beautifullest, fragilest, still strong, dark and divine. (And the littleness of his movements hides himself).
He invents a charm that makes him invisible, hides in the hair.
Can I hide there too?
Hide in the hair of him, seek solace, sanctuary.
(He slides inside half awake / half asleep. We faint back into sleephood. When I wake up the second time in his arms : gorgeousness!)
[Salve Björk]
(I'll keep it in a hidden place).
He's the beautifullest, fragilest, still strong, dark and divine. (And the littleness of his movements hides himself).
He invents a charm that makes him invisible, hides in the hair.
Can I hide there too?
Hide in the hair of him, seek solace, sanctuary.
(He slides inside half awake / half asleep. We faint back into sleephood. When I wake up the second time in his arms : gorgeousness!)
[Salve Björk]
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Agora?
Agora que senti o gosto do caos urbano... (Um gosto não amargo, não azedo, não doce, mas sim intríseco - assim como a matéria branca da barata.)
Agora que lembrei que o mundo de fora trancado aqui dentro do peito não me faz me aproximar da realidade - pois meu peito chora piegas....
Agora que lembrei que tudo volta...
Agora, agora.
Agora?
É, o instante-já já se foi.
Agora?
Agora a pouco.
Oh, existirá realidade?
Existirá imparcialidade no registro dos fatos?
(Se fotografo um instante, esse instante passa a ser eterno pela minha visão, não?)
E se minha visão não trabalhasse no agora?
Nem meu corpo?
Nem minha mente?
Nem meu peito e suas piegas?
Ah! Tranco esse mundo de fora aqui dentro.
(E assim me torno mais e mais egoísta, por não mais compartilhar visões).
(E hermético, para alguns).
(Mas é que aqui dentro, ah, aqui dentro é difícil encontrar algum lugar que se consiga denominar).
(Há o amor e há a dor, só).
(O de dentro é úmido).
Agora que lembrei que o mundo de fora trancado aqui dentro do peito não me faz me aproximar da realidade - pois meu peito chora piegas....
Agora que lembrei que tudo volta...
Agora, agora.
Agora?
É, o instante-já já se foi.
Agora?
Agora a pouco.
Oh, existirá realidade?
Existirá imparcialidade no registro dos fatos?
(Se fotografo um instante, esse instante passa a ser eterno pela minha visão, não?)
E se minha visão não trabalhasse no agora?
Nem meu corpo?
Nem minha mente?
Nem meu peito e suas piegas?
Ah! Tranco esse mundo de fora aqui dentro.
(E assim me torno mais e mais egoísta, por não mais compartilhar visões).
(E hermético, para alguns).
(Mas é que aqui dentro, ah, aqui dentro é difícil encontrar algum lugar que se consiga denominar).
(Há o amor e há a dor, só).
(O de dentro é úmido).
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